Este Blog destina-se à divulgação de trabalhos, notícias e outros textos relativos à toponímia das artérias de diversas localidades, nomeadamente de Loulé e da restante região do Algarve. Pretende-se assim, através da toponímia, percorrer a memória das ruas, largos, avenidas, ingressando na história e património das urbes.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Subsídios para a toponímia de Salir

Conforme já referido num dos posts anteriores, uma das primeiras artérias da vila de Salir a ostentar oficialmente um topónimo (ao que julgo tratou-se mesmo da primeira) foi a Rua António Machado Pinto Pontes, em 1968.

No ano seguinte o presidente da Junta de Freguesia, José Viegas Gregório, verificando que a maioria das ruas da localidade não possuíam denominação, indicou à Câmara Municipal de Loulé quatro novas designações, nomeadamente:
a)    Rua D. Maria da Conceição Pinto Pontes;
b)    Rua D. Amélia Cândida Ramalho;
c)    Rua Dr. José Pereira da Rocha;
d)    Largo Dr. Oliveira Salazar.

A autarquia louletana, em reunião de 14/04/1969, analisou o assunto e “(…) deliberou comunicar  à Junta de Freguesia que, sem embargo para o respeito que a memória das duas senhoras professoras indicadas no ofício lhe merece, se afigura da maior conveniência que a sugestão de atribuir os seus nomes a duas ruas da povoação de Salir deverá ser apoiada em dados a fornecer sobre a personalidade das mesmas senhoras, a fim de habilitar a Câmara a fundamentar a deliberação a tomar.”

Na semana seguinte a Junta de Freguesia expediu um ofício a justificar a proposta, com o seguinte conteúdo: “(…) informo que esta Junta pretende homenagear as S.as D. Maria da Conceição Pinto Pontes e D. Amélia Cândida Ramalho dando o seu nome a duas ruas desta povoação pelo motivo daquelas senhoras terem sido das primeiras professoras primárias que prestaram serviço em Salir, respectivamente desde 1892 a 1927 de 1903 a 1950, tendo estas dedicado à sua profissão o maior esforço e boa vontade, trabalhando incansavelmente ultrapassando os seus horários para combater o analfabetismo que naquele tempo era quase total neste meio.
Assim achamos justo prestar-lhes esta merecida homenagem o que esperamos que V. Ex.ª concedem e autorizem.”

O assunto foi submetido novamente à reunião municipal, realizada a 21/04/1969, tendo sido decidido aprovar as designações propostas pela Junta de Freguesia de Salir.

Maria da Conceição Pinto Pontes, conforme acima mencionado, exerceu o mester de professora primária em Salir entre 1892 e 1927, desempenhando as suas funções com grande zelo. Possuindo elevadas qualidades morais, o seu nome foi atribuído à rua da antiga escola, onde sempre leccionou.


Amélia Cândida Ramalho foi professora primária em Salir, durante aproximadamente 50 anos, entre 1903 e 1950. Residia na artéria que ostenta o seu nome, anteriormente designada por Rua das Vendas Novas.


José Pereira da Rocha nasceu em Faro em 1908 e após concluir o curso de medicina, na Universidade de Coimbra, em 1932, fixou residência em Salir, passando a exercer aí a sua profissão. Foi nomeado médico municipal no ano seguinte, mantendo-se no cargo até 1967, ano do seu falecimento, desempenhando igualmente, durante algum tempo, as funções de sub-delegado de saúde do concelho de Loulé. Meritório médico e exemplar cidadão, granjeou geral simpatia e estima por parte dos salirenses. Habitou na rua que ostenta o seu nome, anteriormente designada por Rua Direita.

O nome do presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar, exonerado pouco tempo antes, foi atribuído ao Largo da Igreja. Oliveira Salazar (1889 – 1970) realizou o curso de economia, iniciando a carreira de docente na Universidade de Coimbra. Eleito deputado pelo Centro Católico (1921), entrou para o governo como ministro das Finanças em 1928. Dois anos depois tornou-se presidente do Conselho de Ministros, cargo que ocupou até 1968, instaurando o regime corporativo, de inspiração cristã e um sistema de partido único (a União Nacional), que redundou numa Ditadura, o chamado Estado Novo.

Rua D.ª Antónia Provisório – Benafim

Decorreu a 23 de Outubro de 2010, dia da festa anual em honra de Nossa Senhora da Glória, padroeira de Benafim, a inauguração de um espaço público naquela localidade, denominado “Pátio Dona Antónia”. Esta nova zona de lazer e convívio, que recriou os antigos pátios algarvios, pretendeu distinguir a benemérita figura de Antónia do Carmo Provisório.


Na ocasião, o presidente da autarquia louletana, Seruca Emídio, relembrou a homenageada “pelo seu testemunho físico e emotivo que deixou na população do concelho de Loulé, pela sua sensibilidade para com o mundo rural, para com o país agrícola, numa tentativa permanente de uma dinâmica de desenvolvimento harmonioso do interior do Concelho, mas também pelo seu testemunho pelo bem que fez, com a ajuda aos mais necessitados, com a possibilidade que teve de proporcionar a concretização de sonhos das populações.”

Contudo, já dezasseis anos antes, Antónia Provisório havia sido homenageada naquela freguesia, tendo na época sido descerrada uma placa toponímica com o seu nome.

A proposta de atribuição do topónimo partiu da Assembleia de Freguesia de Benafim, que o aprovou em reunião realizada a 17/04/1991. A mesma foi remetida à Câmara Municipal de Loulé, tendo sido ratificação pelo respectivo presidente a 21/09/1994. A inauguração da toponímia da artéria ocorreu a 23 de Outubro de 1994.

Refira-se que a aprovação oficial da denominação da Rua Antónia Provisório, em reunião da Câmara Municipal de Loulé, apenas ocorreu a 20/05/2009.

Antónia do Carmo Provisório da Silva Campos
Nascida em 1907 na freguesia de Alvor (Portimão), Antónia Provisório foi residir para a Quinta do Freixo (a maior exploração agrícola do Algarve), nas imediações de Benafim, que tinha sido adquirida por seu pai na década de 1920, com pouco mais de vinte anos. Dirigiu esta exploração durante várias décadas e até ao seu falecimento, ocorrido em 2006.

Dona Antónia protagonizou sempre acções de defesa do mundo rural, pugnando pelo fomento sustentável do interior da região.

Toda a sua vida foi igualmente pautada por acções humanistas, proporcionado emprego e meios de subsistência a inúmeras famílias, auxiliando os mais carenciados e protegendo crianças órfãs.

Desempenhou um papel decisivo na criação da freguesia de Benafim (ocorrida em 1988), tornando realidade a execução de diversas infra-estruturas fundamentais para a concretização de tal aspiração, contribuindo de sobremaneira para o desenvolvimento deste território.

Preocupou-se igualmente com a expansão urbana da sede do concelho, alienando, nos anos de 1940, ao Município de Loulé, vários terrenos da Quinta do Pombal, onde foram edificadas a Casa da Primeira e Infância, as Piscinas Municipais e o Parque Municipal.

Em 2007, um ano após o seu falecimento, aos 99 anos de idade, foi homenageada com a Medalha de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Loulé.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Homenagens a Tomás Cabreira

Em 2010, ano em que se assinalou o Centenário da Implantação da República em Portugal, ocorreu a divulgação e publicação de uma panóplia de estudos e teses, evocando e até exaltando o espírito republicano. Como não podia deixar de acontecer, houve igualmente lugar a destaque para várias figuras do regime, entre as quais Tomás Cabreira, digníssimo republicano algarvio.

Tomás António da Guarda Cabreira nasceu em Tavira a 23 de Janeiro de 1865. Estudou na Escola do Exército e na Escola Politécnica, concluindo os cursos de infantaria e de engenharia civil e doutorando-se posteriormente na Faculdade de Ciências, no ano 1916. Republicano convicto, foi militar, professor, deputado à Assembleia Nacional Constituinte (1911), senador e ministro das Finanças. Fundou em 1907 a Universidade Popular de Lisboa.
Faleceu em Tavira a 4 de Dezembro de 1918, no largo que actualmente ostenta o seu nome. Erradamente, em muitos dos textos publicados sobre a vida e obra deste insigne algarvio surge mencionado que o óbito ocorreu na Praia da Rocha (Portimão), quando na verdade foi na sua terra natal, conforme prova o seu Registo de Óbito.
Após a sua morte, várias homenagens lhe foram prestadas. O nome de Tomás Cabreira passou a pertencer à toponímia de três localidades (Tavira, Portimão e Lisboa) e a figurar como patrono de uma escola (Faro), conforme abaixo explanado, todas elas actualmente ainda existentes:

Largo Tomás Cabreira – Tavira

No dia 11/12/1918, uma semana após a sua morte, a Câmara Municipal de Tavira, reunida em sessão, deliberou “exarar um voto de profundo sentimento pela morte do eminente filho desta terra, cidadão Tomaz Cabreira, ilustre homem de sciencia, dando-se pesamez a seu irmão António Cabreira.”
No dia 30 do mesmo mês foi recepcionado na autarquia tavirense um “ofício da Academia de Sciencias de Portugal propondo que, no intuito de se prepetuar a memoria do eminente filho de Tavira, Tomaz Cabreira, se dê ao Largo Trinta e Um de Janeiro o nome deste cidadão, o que, em atenção àquela data, não representará desprestígio algum para as instituições, pois que, falecendo ele numa casa sita no mesmo largo, é de uso consagrar à memoria dos homens ilustres os locaes em que se verificou o seu falecimento, devendo considerar-se que, se a referida data consagra a primeira tentativa da implantação da República, pela mesma República Tomaz Cabreira lutou com fé, dedicando-lhe todo o seu esforço e alto e luminoso espírito.”
Em vista da proposta sugerida pela Academia de Sciencias de Portugal [foi resolvido na mesma sessão] dar ao largo Trinta e Um de Janeiro o nome de «Largo Tomaz Cabreira», visto que foi num prédio situado naquele largo que faleceu este eminente tavirense.”
No seguimento da referida decisão, o irmão do homenageado, António Cabreira, agradeceu, uma semana mais tarde, “(…) a homenagem que a Câmara prestou à memória de seu falecido irmão Tomaz Cabreira, dando ao largo Trinta e Um de Janeiro o seu nome.”

Av. Tomás Cabreira – Portimão

O executivo da Câmara Municipal de Portimão, também prestou tributo a Tomás Cabreira através da toponímia, perpetuando o seu nome na artéria principal da Praia da Rocha. Recorde-se que foi naquela Praia que em 1915 se organizou o Congresso Regional Algarvio, de que Tomás Cabreira foi um dos principais organizadores, tendo contribuído de sobremaneira para a divulgação das potencialidades turísticas daquele local e do Algarve.
Assim, em sessão de 17/07/1919 foi aprovado “o alvitre do Vogal Exmo. Sr. Álvaro da Trindade Pina, para que em homenagem à ilustre família Thomaz Cabreira se dê a denominação de Avenida Thomaz Cabreira, à actual avenida da Rocha, […] na Praia da Rocha […], de cuja resolução se dará conhecimento ao Instituto Thomaz Cabreira.”

Rua Tomás Cabreira – Lisboa

Alguns anos mais tarde foi a vez da capital do país reconhecer o mérito deste “engenheiro distinto e republicano indefectível”. Em sessão da Comissão Executiva da Câmara Municipal de Lisboa, realizada a 21/06/1926, foi deliberado dar à Rua B do Bairro da Bélgica a denominação de Rua Tomás Cabreira.
Curiosamente esta homenagem foi efectivada já durante o período da Ditadura Militar, após o dia 28/05/1926.

Escola Secundária Tomás Cabreira – Faro
Ainda durante o período da I República e como forma de reconhecimento do mérito político, pedagógico e militar do homem que foi Tomás Cabreira, o Conselho Escolar da Escola Comercial de Faro solicitou que este fosse designado seu patrono.
Assim foi determinado pelo Governo republicano, através da publicação da Portaria n.º 2576 de 17/01/1921, como justa homenagem à sua vida e obra. Com as alterações imprimidas ao longo dos anos nas tipologias de ensino a na mesma linha de coerência, por Portaria n.º 608/79, de 22 de Novembro (D.R., I série, nº 270, de 22/11/79), a Escola Industrial e Comercial de Faro passou a designar-se por Escola Secundária Tomás Cabreira.

Lagoa assinalou 238 anos do concelho com novos topónimos

Lagoa assinalou, no transacto dia 16 de Janeiro, os 238 anos da criação do concelho, por alvará régio de D. José I. De entre as várias iniciativas preparadas pela Câmara Municipal e Junta de Freguesia, destacou-se a atribuição de nomes de dois ilustres lagoenses a ruas da cidade.

Os festejos começaram às 11h00, com a atribuição dos nomes de João Fernandes e de Carlos Boto, ambos já falecidos, a ruas do Bairro da CHE Lagoense, na cidade de Lagoa.

João Fernandes foi figura de destaque nas instituições de solidariedade social do concelho, e ainda na Adega Cooperativa de Lagoa. Quanto a Carlos Boto, foi membro do PCP, ocupou os cargos de vereador na Câmara Municipal de Lagoa e de membro da Comissão Executiva da Região de Turismo do Algarve.

Fontes:

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sport Faro e Benfica com direito a topónimo

O Sport Faro e Benfica, instituição desportiva quase centenária, passará a figurar no rol de topónimos de Faro, tendo sido o mesmo aprovado em reunião da Câmara Municipal de 24 de Fevereiro de 2010. É uma justa e simbólica homenagem que terá lugar no próximo sábado, dia 8 de Janeiro, pelas 11h, num dos arruamentos situados na Horta do Ferragial.

Esta agremiação, 1.ª filial do Sport Lisboa e Benfica, tem desempenhado uma importante missão de serviço público, formando milhares de jovens e promovendo diversas modalidades ao longo do seu rico e prestigiante historial.

Fonte:

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Rua António Machado Pinto Pontes – Salir

Uma das primeiras artérias da vila de Salir, concelho de Loulé, a ostentar denominação oficial, isto é, a ser aprovada pelas entidades competentes, foi a Rua António Machado Pinto Pontes.

A 21 de Maio de 1968 a Junta de Freguesia de Salir, presidida por José Viegas Gregório, remeteu à Câmara Municipal de Loulé um ofício, solicitando a aprovação da denominação da Rua António Machado Pinto Pontes. Seis dias depois o assunto foi apresentado na reunião da Câmara Municipal, tendo sido aprovado, conforme pretensão da Junta de Freguesia.

O novo topónimo foi inaugurado numa cerimónia, incluída na Festa da Espiga desse ano, à qual assistiram os irmãos do homenageado, Capitão José M. Pinto Pontes e Eduardo Pinto Pontes, bem como o governador civil, Joaquim Romão Duarte, e o presidente da Câmara Municipal,Eduardo Delgado Pinto.

António Machado Pinto Pontes

Com o pseudónimo de “Pinto de Castelar”, António Machado Pinto Pontes destacou-se como jornalista, tendo divulgado o nome da sua freguesia natal através dos inúmeros artigos que escreveu, tanto em jornais como em revistas.

Em muitos dos seus trabalhos jornalísticos expôs as aspirações e carências da freguesia, sendo muitas delas concretizadas posteriormente, como por exemplo a construção do cemitério de Salir.

Para além de jornalista possuía igualmente o mister de “curandeiro”, difundido a sua reputação por toda a freguesia, recorrendo a ele inúmeras pessoas em busca de alívio para as suas enfermidades. Detinha ainda um elevado carácter humanista, tratando os pobres sem lhes cobrar nada e oferecendo-lhes, por vezes, os medicamentos.

Natural de Salir, António Pinto Pontes nasceu em 1903 e viveu toda a sua vida na artéria que ostenta o seu nome, vindo a falecer em 1948.

Av. Manuel Teixeira Gomes – Alte

No transacto dia 11 de Dezembro Portimão assinalou o Dia da Cidade e com ele o término das Comemorações Nacionais dos 150 anos do Nascimento de Manuel Teixeira Gomes, a cuja cerimónia de encerramento presidiu, naquela cidade, o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

Durante o ano 2010 o país e principalmente Portimão homenagearam o antigo chefe de Estado, com a realização de diversas iniciativas, entre as quais exposições, colóquios, concertos, teatro, dança, cinema e publicações. Estas comemorações coincidiram igualmente com o centenário da implantação da República em Portugal, da qual Teixeira Gomes foi acérrimo defensor.

Comerciante, escritor, diplomata e político, Teixeira Gomes é considerado uma personalidade cimeira da história e da cultura portuguesas. Este facto justifica a difusão do seu nome na toponímia de várias localidades do país e principalmente do Algarve, como é exemplo uma artéria na típica aldeia de Alte, concelho de Loulé.

A iniciativa de atribuir o nome de Manuel Teixeira Gomes a uma via naquela aldeia partiu da Junta de Freguesia local, liderada por José Cavaco Vieira, tendo esta remetido um ofício à Câmara Municipal de Loulé, a 10 de Abril de 1972, solicitando que fosse conferida à estrada da Várzea a denominação de Avenida Dr. Manuel Teixeira Gomes. O assunto foi apresentado na reunião de Câmara do dia seguinte, tendo sido aprovado por unanimidade.

O topónimo foi inaugurado no dia 1 de Maio, durante as festas da Fonte Grande, tendo presidido à cerimónia o presidente da Câmara Municipal, António Américo Lopes Serra, em representação do governador civil. Na ocasião foi igualmente inaugurada a iluminação pública na mesma artéria.

Manuel Teixeira Gomes

Natural do Algarve, nasceu em Portimão a 27 de Maio de1860 e faleceu em Bougie (actual Bejaia), na Argélia, a 18 de Outubro de 1941. Em Coimbra frequentou o Seminário e depois a Faculdade de Medicina, tendo abandonado os estudos e vivido em Lisboa e Porto. Viajou muito, pois dedicou-se à comercialização de frutos secos além fronteiras.

Implantada a República foi embaixador de Portugal em Londres (1911 – 1918 e 1919 – 1923). Presidente da República, entre 06/08/1923 e 11/12/1925, resignou pela impossibilidade de reconciliar os partidos políticos.

Escreveu contos, novelas, romances, livros de viagens, memórias e uma peça de teatro. Escritor de apurado culto da forma verbal, teve por ideal o esteticismo neo-helénico mesclado de naturalismo ambiental, assumido por uma viva sensibilidade plástica. As suas obras principais são Inventário de Junho (1899), Agosto Azul (1904), Gente Singular (1909), Londres Maravilhosa (1924) e Novelas Eróticas (1935) entre outras.