Com vista à regularização de artérias e arruamentos sem toponímia e para corrigir situações anómalas foi aprovado, em reunião da Câmara Municipal de Faro de 22 de fevereiro de 2012, a atribuição de 14 novos topónimos no concelho, por proposta da Comissão Municipal de Toponímia.
As propostas aprovadas repartem-se por 4 das 6 freguesias do concelho (Sé, São Pedro, Montenegro e Conceição de Faro) e homenageiam personalidades ligadas a Faro.
Na freguesia de Sé:
Praceta Vivaldo Beldade – 1923-2001 – funcionário público e poeta. Com apenas a 4.ª classe a sua curiosidade e inteligência fez com que se tornasse um autodidata. Escreveu poesia, peças de teatro e colaborou com a imprensa regional. Mudou-se para Faro onde integrou a função pública e aos 47 anos voltou a estudar tendo concluído o curso de Administração e Comércio.
Praceta Boaventura Passos – 1885-1935 – escritor. Notabilizou-se como jornalista mas sobretudo como desenhador com grande notoriedade na caricatura e retrato.
Praceta Monteiro Simões – 1891-1946 – reitor do Liceu de Faro. Foi também um brilhante orador, colaborou na imprensa algarvia e fazia parte do júri de exames de admissão ao estágio no Liceu Pedro Nunes em Lisboa. A sua dedicação ao ensino valeu-lhe, em 1937, um louvor do Ministro da Educação Nacional.
Praceta José Júlio Rodrigues – 1874-1946 – professor e escritor. Natural de Lisboa, estudou filosofia e depois, em Bruxelas, frequentou as Belas Artes. Dedicou-se ao ensino liceal e foi, durante alguns anos, reitor do Liceu de Faro. Na sua passagem pelo Algarve promoveu várias iniciativas culturais. Na imprensa regional e nos vespertinos lisboetas encetou uma campanha de proteção das ruínas romanas de Milreu.
Rua Jornal “O Correio do Sul” – Semanário de Faro fundado em 1920. Este topónimo foi atribuído por deliberação de Câmara de 16 de Maio de 1973, pretendendo-se a sua extensão de forma a cobrir a totalidade deste arruamento.
Em São Pedro:
Rua Roberto Nobre – 1903-1969 – cineasta. A paixão pelo cinema surgiu muito cedo e adquiriu uma câmara Emneman com a qual fez as primeiras experiências. Revelou-se logo aqui a sua criatividade. O Algarve e as suas tradições tornaram-se o seu laboratório de eleição. Dada a sua inteligência, na década de 20 tornou-se assistente de Albert Dunot trabalhando depois com Artur Costa de Macedo.
Praceta Júlio Rosa Bernardo – 1905-1946 – sindicalista. Não tinha estudos mas era um homem de sólida cultura. Foi para Lisboa como ajudante de Farmácia. As lutas políticas e as alterações sindicais ocupavam o seu dia a dia na capital.
Rua José Lorjó Tavares – 1857-1939 – dramaturgo e jornalista. Estudou em Faro e em Lisboa cedo revelou os seus talentos literários. Depressa se tornou um jornalista famoso como redator do “Correio da Noite”, colaborou com outros jornais.
Praceta António Augusto Santos – 1906-1987 – jornalista desportivo. Tinha apenas a instrução primária mas tornou-se um homem muito culto. Ainda jovem fundou o “Jornal do Barreiro” tendo colaborado com grandes escritores nacionais. Já em Faro cooperou com quase toda a imprensa algarvia. Escrevia também para jornais diários e foi durante mais de 30 anos correspondente do “Jornal de Notícias”. Foi também poeta e dramaturgo de grande talento e qualidade artística.
Rua Manuel Caetano de Sousa – 1891-1974 – militar e publicista. Natural de Beja ingressou aos 16 anos na vida militar como voluntário. Combateu na I Guerra Mundial onde teve ações de bravura e mérito que lhe valeram a condecoração com o Grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Em 1918 fixa-se em Faro para continuar a sua carreira militar. Aqui fundou em 1922 o semanário “Moca…” que foi o primeiro e único órgão que declaradamente se assumia “para defesa do consumidor”. Foi Presidente da Junta Geral do Distrito onde se destacou na proteção das crianças. Fundou também o Sanatório Hospital para tuberculosos tendo salvo da morte centenas de pessoas.
Na Conceição de Faro:
Rua José Ferreira da Silva – 1870-1949 – jornalista e funcionário público. Natural de Loulé fixou-se em Faro ainda jovem onde se empregou como funcionário das Obras Públicas. Fundou, em março de 1908, em parceria com o Dr. Artur Aguedo Miranda e Luís Sepúlveda Pimentel Mascarenhas, o semanário “O Algarve”.
Praceta Cónego Jorge de Sousa – 1911-1998 – Pároco da Conceição de Faro. Natural de Aljezur, detentor do curso de teologia foi nomeado em 1937 Pároco encomendado da Conceição de Faro. Desde 1957 e até à data do seu falecimento foi sendo nomeado para elevados cargos dentro da diocese.
Rua Alfredo de Sousa Barão – 1916-2011 – fundador da Casa do Povo da Conceição de Faro. É reconhecido por todos, especialmente na freguesia da Conceição de Faro, como um bom homem que serviu sempre a freguesia que o viu nascer. Com talento reconhecido para as letras cedo começou a trabalhar. O seu feito maior, se assim o podemos dizer, foi a criação, em 1948 da Casa do Povo de Conceição de Faro. Alfredo Barão serviu de forma continuada, durante cerca de 80 anos, a sua freguesia, desempenhando as tarefas e diligências para o seu desenvolvimento. O Município distinguiu com a Medalha de Mérito, grau cobre na sessão solene do Dia do Concelho em 2011.
Na freguesia de Montenegro:
Jardim Antero Nobre – 1910-1997 – historiador e jornalista. Natural de Moncarapacho revelou ainda jovem o seu talento literário, mostrando-se um esforçado organizador de eventos culturais. Foi durante anos funcionário do Instituto Nacional das Actividades Económicas e aposentou-se por motivos de saúde. Na década de 50 foi Presidente da Câmara Municipal de Olhão. Foi um dos maiores impulsionadores do escutismo em Portugal. Nos finais dos anos 40 assumiu a direção do semanário farense “Correio do Sul”.
A autarquia tem feito um esforço com vista à regularização de situações que, de uma forma ou de outra, traziam problemas para moradores e para os serviços municipais.
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