Assinalam-se hoje os 40 anos sobre a
revolução dos cravos. Uma data marcante para a história nacional e comemorada em
o país. Desta forma, divulgo um texto, retirado de um jornal diário nacional,
relativos à presença de topónimos associados ao 25 de abril, no país. O texto é
da autoria da jornalista Susete Francisco e foi publicado no jornal i, no
dia 23 de abril.
25 de abril. A revolução está nas
ruas
Encontram-se em becos, largos, ruas, alamedas e
avenidas. Nas maiores cidades como nas aldeias mais pequenas: as referências ao
25 de abril e àqueles que protagonizaram a revolução estão espalhadas pelas
ruas de Portugal. O levantamento feito concluiu que os topónimos referentes ao
golpe que derrubou a ditadura superam os 1500 por todo o país. O nome “25 de abril”
já ultrapassou “clássicos” da toponímia portuguesa como a República ou o 5 de outubro.
A referência à data da revolução é, de longe, a mais
popular de todas as evocações - 1159 topónimos “25 de abril” em todo o país.
São 151 avenidas, nove alamedas, 15 bairros, 17 becos, 126 largos, 25 praças,
27 pracetas, 634 ruas, 125 travessas. Uma contabilidade em que entram ainda
calçadas, caminhos e campos, estradas, jardins, urbanizações, veredas e uma
viela, parques e passeios. Um rossio e quatro rotundas. E uma ponte. Não é raro
que, na mesma localidade, o nome se repita em dois ou três topónimos (rua,
travessa e beco, por exemplo). Veja-se o caso de Gondomar, onde há uma Avenida
25 de abril e, próximo, uma Rua 25 de abril. Ligadas por um passeio chamado...
25 de abril.
Placa toponímica em Lisboa |
Salgueiro
Maia é o mais nomeado
Sintomático é o nome que se segue: a seguir à data, é
Salgueiro Maia o nome mais homenageado na toponímia portuguesa. O capitão de abril,
que morreu em 1992, conta 156 referências pelas ruas do país – é de muito longe
o mais referenciado dos militares de abril. Além do óbvio protagonismo do
capitão que, na madrugada de 25 de abril de 1974 saiu de Santarém em direção ao
Terreiro do Paço, há outro fator a considerar – em muitas localidades (como
Lisboa) não é permitido consagrar na toponímia o nome de personalidades vivas.
As Forças Armadas são outro topónimo relevante (também
em versão Movimento das Forças Armadas, MFA ou Aliança Povo MFA), repetindo-se
132 vezes. As referências a cravos, sob diversas formas, também ultrapassam a
centena – 108 no total. Já o topónimo “Capitães de Abril” surge referenciado 62
vezes.
Otelo Saraiva de Carvalho dá o nome a quatro ruas (em
Vale de Vargo, Porto Alto, Grândola e Lagoinha). Vasco Lourenço a uma rua em
Castelo Branco e a uma travessa em Óbidos.
No total, foram contabilizados 1623 referências à revolução.
E o resultado não é exaustivo – por exemplo, o topónimo Liberdade, bastante
numeroso em Portugal, é em muitos casos evocativo do 25 de abril. O
levantamento foi feito a partir de uma base de dados dos CTT (referindo-se,
assim, a artérias com código postal, eliminando as duplicações que resultam de
um topónimo poder ter mais de um código).
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