Este Blog destina-se à divulgação de trabalhos, notícias e outros textos relativos à toponímia das artérias de diversas localidades, nomeadamente de Loulé e da restante região do Algarve. Pretende-se assim, através da toponímia, percorrer a memória das ruas, largos, avenidas, ingressando na história e património das urbes.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Lagos e Ribeira Grande reforçam laços de amizade

Integrado nas comemorações do Dia do Município, assinalado a 27 de Outubro, a autarquia de Lagos procedeu à assinatura de um acordo de geminação com o Município da Ribeira Grande (Açores), iniciativa que visa reforçar os laços de amizade e cooperação já existentes entre as duas municipalidades.

O acto, que decorreu no Auditório dos Paços do Concelho Séc. XXI, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Ribeira Grande, Ricardo Silva, que referiu “tanto a Ribeira Grande como a sua cidade irmã de Lagos, defendem e sabem que a história, a cultura e o turismo são factores importantes de competitividade e de diferenciação”, lembrando o desejo de ambos os municípios “darem notoriedade aos respectivos territórios através da promoção de experiências que construam para o bem-estar e a qualidade de vida das suas populações. É neste sentido que este Acordo de Geminação faz todo o sentido”, referiu o edil. A terminar, aproveitou ainda para agradecer o facto de Lagos passar a ter um topónimo alusivo a esta geminação.

Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de Lagos, Júlio Barroso, reforçou a importância desta geminação, considerando a ligação que ambos os municípios têm mantido com o mar e com as actividades marítimas ao longo da história e o interesse de ambos em aprofundarem laços de amizade, de cooperação e de solidariedade.

No final da sessão ocorreu o descerramento da placa toponímica “Rua Cidade da Ribeira Grande (Açores)”, numa artéria da cidade.


Fonte:

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Plaza de la Virgen del Rocio - Almonte (Espanha)


A primeira placa toponímica apresentada foi fotografada na cidade espanhola de Almonte, na província de Huelva, concelho onde se insere o santuário de Nossa Senhora del Rocio.

A placa, pelas suas enormes dimensões (cerca de 1,80 x 1,35 m) e localização, destaca-se na paisagem urbana e constitui uma notável peça de arte pública. Encontra-se instalada na fachada da Igreja Paroquial de Almonte e refere-se à praça principal da cidade, onde se localizam o Ayuntamiento (Câmara Municipal), o referido templo e o monumento dedicado à padroeira de Almonte, a Virgen del Rocio, inaugurado em Maio de 1991.

Executada em azulejos policromos, está datada de 1993 e assinada pelo autor, Ventura. Representa a solene coroação canónica da Virgem, ocorrida em 8 de Junho de 1919, pelo Cardeal de Sevilha, Monsenhor Almaraz e Santos.

Refira-se que o culto à Virgen del Rocio remonta ao final do século XIII, altura em que foi erigida uma pequena ermida. Ao longo dos séculos a ermida sofreu diversas transformações e ampliações, tendo o actual templo sido inaugurado em 1969. É um dos principais locais de culto mariano de Espanha, tendo sido visitado pelo Papa João Paulo II em 1993.



Placas toponímicas

A variedade de materiais de construção, formas geométricas, cores, desenhos, entre outras características, fazem com que exista actualmente uma profusão de modelos de placas toponímicas nas urbes.

Pretende-se assim nesta nova secção mostrar, através de imagens, a diversidade de placas toponímicas que se encontram disseminadas pelas cidades, vilas e aldeias de Portugal, ou de outros países.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Cândido Guerreiro na toponímia

No dia em que passam 140 anos sobre o nascimento do insigne poeta algarvio Cândido Guerreiro, recordamos as distinções de que foi alvo através da toponímia, em várias localidades do país.

Placa toponímica em Alte
No concelho de Loulé o seu nome encontra-se perpetuado em artérias da cidade de Loulé e da aldeia de Alte, sua terra natal.

Nesta localidade o topónimo com o nome do poeta foi aprovado pela Comissão Executiva Municipal de Loulé, em reunião realizada a 22 de Setembro de 1920, por proposta emanada pela Junta de Freguesia de Alte, conforme consta na acta:
Outro [ofício] da Junta de Freguesia de Alte (…) informando que querendo prestar uma homenagem, embora simples mas bem significativa, de alto apreço em que tem o grande talento do ilustre Poeta Cândido Guerreiro, filho d’aquela terra, resolveu, por unanimidade, na sua última sessão, dar à rua hoje conhecida pela Rua Nova de S. Luiz, o nome de Rua Dr. Cândido Guerreiro (…) A comissão tomou depois as seguintes deliberações:
(…) Confirmar a deliberação tomada pela mesma Junta, determinando que a Rua Nova de S. Luiz da povoação de Alte passe a denominar-se “Rua Dr. Cândido Guerreiro”.[1]

Refira-se que nesta data Cândido Guerreiro ocupava o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Loulé.

Placa toponímica em Loulé
Já na sede de concelho a Rua do Lagar Novo foi rebaptizada com o seu nome a 16 de Junho de 1948[2], durante a presidência do Dr. Aires de Lemos Tavares.

As restantes homenagens de rememoração localizam-se nas cidades de Albufeira (aprovada em 30/03/1993), Faro (?), Lagos (04/08/1988), Portimão (?), Tavira (?) e Lisboa (31/12/1955).



Francisco Xavier Cândido Guerreiro
Interior da casa onde nasceu
Cândido Guerreiro
Poeta de grande sensibilidade artística, político distinto e notável jornalista, nasceu em Alte a 3 de Dezembro de 1871. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1907, exercendo os cargos de advogado e notário em Loulé e em Faro (1923-1941).

Como político aderiu aos ideais do Partido Republicano, desempenhando em Loulé os cargos de vereador e presidente da Câmara Municipal (1912, 13, 18 e de 1919 a 22). Durante este período pugnou pelo desenvolvimento e modernização do concelho, envolvendo-se empenhadamente na construção da Avenida José da Costa Mealha e iluminação por energia eléctrica da vila de Loulé.

Poeta pós-simbolista, fez parte do grupo da Renascença Portuguesa, sendo os seus poemas ordenados em três géneros, o filosófico (até 1908), o pictural (entre 1908 e 1916) e o erótico.

Estreou-se com Rosas Desfolhadas (1895), tendo publicado posteriormente Pétalas (1897), Sonetos (1904), Balada (1907), Promontório Sacro (1929), As Tuas Mãos Misericordiosas (1943) e Sulamitis (1945). O seu Auto das Rosas de Santa Maria, com música de F. Fernandes Lopes, foi representado pela primeira vez a 17 de Julho de 1940. Grande parte da sua obra está traduzida em italiano, francês e alemão.

Faleceu em Lisboa a 11 de Abril de 1953.

Cândido Guerreiro 



[1] Acta da Comissão Executiva Municipal de Loulé, de 22/09/1920.
[2] Acta de Vereação de 16/06/1948.